segunda-feira, 19 de outubro de 2020

6º ano - Texto 03 de História - outubro/2020

 

 HISTÓRIA

6º ano

Texto 03 - outubro/2020

 

UNIDADE II

CAPÍTULO 3

Modos de vida e modificações da natureza

Habilidades: EF06HI03/ EF06HI04/ EF06HI05/ EF06HI06

 

 

Após leitura, das páginas de 34 a 48 do livro didático de História, e as orientações abaixo sobre a leitura proposta. Responda o exercício ao final do texto.

 

Esta Unidade apresenta aspectos do modo de vida dos primeiros seres humanos, mais especificamente no Paleolítico e no Neolítico, e trata do surgimento das cidades e do comércio. Apresenta, também, aspectos do modo de vida dos povos da Antiguidade nas Américas.

A exploração de temas relacionados ao modo de vida dos primeiros seres humanos, em filmes, revistas e seriados de televisão, leva os estudantes a obter muitas informações sobre o assunto. O estudo desta Unidade ajudará a identificar o que é fantasioso e o que é fruto do conhecimento científico, constantemente revisitado.

 

Sobre o Capítulo

O desenvolvimento do ser humano está ligado à sua capacidade biológica e cultural de trabalhar, pois foi por meio dessa capacidade que o homem conseguiu se adaptar às diferentes condições ambientais do planeta. Trabalho, nesse caso, significa a produção de ferramentas e a possibilidade de intervir na natureza e transformá-la. Nos levando a perceber, que essa transformação exigiu esforço intelectual, físico, cooperação com outros membros do grupo, planejamento, divisão de tarefas, em relações sociais.

Muitos estudiosos consideram como marco inicial da história humana o período em que os hominídeos começaram a fabricar, de maneira regular, utensílios de pedra com um formato e uma intenção determinada, como facas, machados e lanças. Essa atividade teria começado com o gênero Homo, há cerca de 2 milhões de anos.

Os primeiros utensílios, feitos de pedra lascada, são atribuídos aos Homo habilis. Eles batiam uma pedra na outra até formar uma borda afiada que usavam para cortar a carne e retirar a pele dos animais. As lascas obtidas eram também usadas como facas e raspadores.

Foi só com o Homo erectus, por volta de 700 mil anos atrás, que apareceram os instrumentos de pedra talhados em uma face (monofaciais) e, mais tarde, os talhados nas duas faces (bifaciais).

 

O PALEOLÍTICO (pedra antiga ou pedra lascada)

 

Os primeiros humanos viviam principalmente da caça e da coleta de frutos silvestres.

Eles viviam em acampamentos provisórios, no interior de cavernas ou a céu aberto. Com o tempo, alguns grupos começaram a construir moradias simples, estruturadas com madeira ou ossos e cobertas com peles. Eram nômades, ou seja, não moravam em um lugar fixo. Deslocavam-se de uma região para outra, em busca de alimentos. Eles não domesticavam animais e não praticavam a agricultura.

 

O NEOLÍTICO (pedra nova ou polida)

 

No período que se estendeu entre 40 a 12 mil anos atrás, houve um grande avanço nas técnicas de fabricação de instrumentos. O trabalho cada vez mais cuidadoso de talhe da pedra permitiu criar diferentes tipos de facas, machados, furadores, raspadores e outros instrumentos.

Os grupos humanos também aprimoraram o uso do osso, da madeira e do marfim para fabricar arpões, lanças, pontas, garfos e agulhas com furos. Com os novos objetos, puderam desenvolver a pesca, construir abrigos artificiais e organizar caçadas coletivas de grandes manadas.

 

A Revolução Agrícola

 

Em terrenos desmatados próximos às moradias das aldeias das sociedades sedentárias de caçadores e coletores e sobre terrenos regularmente inundados pelas cheias dos rios, os grupos humanos começaram a explorar formas ainda selvagens de plantas e de animais.

O cultivo das primeiras espécies de plantas ocorreu no Extremo Oriente e no Crescente Fértil, por volta de 10 mil anos atrás (ou 8000 a.C.). O Crescente Fértil se estendia do Vale do Rio Nilo, no Egito, até as margens dos rios Tigre e Eufrates, onde atualmente se localiza o Iraque. Veja na página 41 do livro didático de história.

A prática agrícola mudou a vida dos grupos humanos e exigiu esforço para planejar a época do plantio e da colheita, organizar a comunidade para realizar o trabalho e providenciar os instrumentos necessários para a derrubada da mata e o cultivo dos campos. Foram tantas mudanças que esse processo foi chamado de Revolução Agrícola do Neolítico.

 

Os objetos de cerâmica

A maior parte dos primeiros povos agrícolas também desenvolveu a fabricação de cerâmica, técnica que transforma a argila em um material duro e resistente, próprio para a produção de utensílios. Atualmente, ela é utilizada na fabricação de louças para casa, peças decorativas, materiais de construção e até peças para máquinas.

 Os estudiosos não sabem ao certo quando a cerâmica foi inventada. Um dos artefatos mais antigos é uma estatueta encontrada na Europa Oriental datada de 26 mil anos atrás, ainda no Paleolítico. Fragmentos de cerâmica de cerca de 20 mil anos descobertos em uma caverna na China podem ser uma evidência de que a fabricação de utensílios de cerâmica para o cozimento foi anterior à agricultura.

Com a produção de panelas de cerâmica, o ser humano pôde cozinhar a carne que obtinha por meio da caça, tornando-a mais macia e nutritiva. Os potes de cerâmica com tampa também permitiram armazenar grãos e líquidos, conservando-os.

 

Os cultivadores modificam as paisagens

 

Durante milênios o Homo sapiens sapiens explorou a natureza por meio da caça, pesca e coleta. Essas atividades não exigiam grandes alterações do meio ambiente para garantir o sustento dos grupos humanos. Mas a Revolução Agrícola transformou as relações das comunidades humanas com a natureza.

Inicialmente, as hortas próximas às moradias e o cultivo em áreas alagadas pelos rios complementavam os alimentos obtidos por meio da caça e da coleta. Esses solos eram férteis, propícios para a agricultura, mas eram áreas restritas, e para ampliar a produção de alimentos era necessário expandi-las.

Os seres humanos começaram, então, a derrubar e queimar florestas, para usar essas áreas enriquecidas com minerais nutritivos contidos nas cinzas para o cultivo das plantas já domesticadas.

O aumento na produção de alimentos resultou no crescimento populacional, que exigiu a subdivisão das aldeias e a expansão da agricultura para novas áreas arborizadas. Entre 10 mil e 5 mil anos atrás, o sistema neolítico de cultivo de corte e queimada se estendeu progressivamente para a maior parte das florestas do planeta, levando ao desmatamento de várias regiões.

 

Orientações:

 

O estudo sobre a formação de sociedades distintas – a dos nômades caçadores-coletores e a dos sedentários agricultores – permite ao estudante conhecer alguns exemplos importantes de transformação da natureza e da paisagem realizada por diferentes grupos humanos.

Esse tema também propicia a discussão sobre a pluralidade cultural, cuja origem está na relação entre o ser humano e a natureza. Além disso, é importante considerar que a adaptação dos seres humanos a diferentes ecossistemas gerou conhecimentos, atitudes e explicações variadas sobre o mundo. Assim, ao refletir e conversar sobre esses temas, os estudantes podem perceber que a diferença cultural entre os povos não pode ser traduzida em progresso ou atraso tecnológico.

A análise do desenvolvimento das diferentes culturas – expressões da capacidade humana de adaptar-se ao ambiente – também possibilita aos estudantes avaliarem a dependência do ser humano em relação à tecnologia e a importância da transmissão desse conhecimento às novas gerações. Cabe destacar que a humanidade depende de sua relação com a técnica e com a natureza para sobreviver.

 

O SURGIMENTO DO COMÉRCIO E DAS CIDADES

 

 Com o aumento da quantidade de alimentos possibilitado pelo cultivo da terra, a população humana cresceu rapidamente. Assim, aumentava também a demanda por alimentos. Para atendê-la, tornou-se necessário ampliar as áreas cultivadas e desenvolver técnicas para melhorar a produtividade do solo, como o uso de fertilizantes naturais para produzir grãos maiores, métodos para controlar as pragas agrícolas e formas de garantir o fornecimento de água para as plantas, com a construção de sistemas de irrigação.

. A produção de excedente agrícola possibilitou às comunidades neolíticas começarem a trocar o que elas tinham com os excedentes de outros povos. Por exemplo, uma aldeia que tinha excesso de cevada negociava a troca desse produto com o excedente de trigo da aldeia vizinha. Dessa forma, surgiu o comércio.

 

As primeiras cidades

 As pesquisas arqueológicas indicam que as duas comunidades urbanas mais antigas de que se tem conhecimento foram Jericó, na Palestina, e Çatalhoyük, na atual Turquia (reveja fotografia na página 40). Provavelmente, Jericó era um assentamento fortificado, cercado de uma espessa muralha de pedra. No caso de Çatalhoyük, tudo indica que constituísse um aglomerado de habitações sem ruas, em que os moradores acessavam o interior das casas pela cobertura.

Nas áreas férteis à margem de grandes rios, como Nilo, Tigre e Eufrates, as pequenas comunidades e aldeias começaram a se unir para construir sistemas de irrigação e aproveitar melhor a água das enchentes, que era essencial para a atividade agrícola.

Assim, nos vales dos rios Nilo (Egito), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia), Amarelo e Azul (China) e Indo (Índia), a união das aldeias deu origem às primeiras cidades (veja o mapa da página 45 do livro didático de história). Com as cidades, nasciam as primeiras civilizações. Por se localizarem às margens de rios, ficaram conhecidas como civilizações fluviais.

 

A descoberta do uso dos metais

O primeiro metal utilizado pelo homem do qual existem evidências foi o cobre, há cerca de 8 mil anos, para fazer estatuetas e enfeites. Por ser um metal mole, era pouco usado na fabricação de armas e ferramentas. Por meio de golpes, os humanos conseguiam modelar o metal à forma desejada. Mais tarde, passaram a usar o fogo para fundir o cobre.

Com o ferro foi possível fabricar armas mais duradouras, aperfeiçoar instrumentos agrícolas e novos tipos de utensílios e ferramentas. Foi o início de um processo de desenvolvimento tecnológico que prossegue até hoje nos laboratórios, nas metalúrgicas e nas siderúrgicas.

 

O nascimento do Estado e da escrita

O desenvolvimento da agricultura e o crescimento populacional mudaram a organização de algumas sociedades. Acredita-se que o chefe ou o sacerdote de uma família poderosa, em data incerta, assumiu o controle de uma região e transformou-se em rei. Originou-se, assim, uma instituição que tinha plena autoridade sobre a população. É o que chamamos de processo de formação do Estado.

Para garantir o controle sobre o conjunto da população, o rei tinha vários servidores. Eles desempenhavam tarefas em seu nome, como registrar as colheitas, cobrar impostos e organizar a defesa do território. O rei ainda podia fazer leis, julgar os crimes e dirigir rituais religiosos. Um dos principais resultados do surgimento das cidades e do Estado foi o desenvolvimento da escrita, por volta de 4000 a.C., em decorrência de vários fatores, entre eles: a necessidade de contabilizar os produtos comercializados e os impostos arrecadados pelos servidores do rei; o levantamento da estrutura das obras, que exigiu a criação de um sistema de sinais numéricos para realizar os cálculos geométricos. Com a escrita, o ser humano criou também uma forma de registrar suas ideias e sentimentos e de se comunicar.

Os registros escritos têm grande importância para o conhecimento das diferentes experiências humanas no passado. E permitirão, também, que a vida de hoje seja conhecida pelas gerações futuras.

 

 

 

Atividades

 

1- Copie em seu caderno as afirmativas corretas e corrija as que forem erradas.

 

a) A contínua sedentarização das comunidades primitivas está relacionada com o desenvolvimento da agricultura.

 

b) Ao iniciar o cultivo da terra, os grupos humanos do período Neolítico deixaram de caçar para obter alimentos.

 

c) As pinturas e gravuras rupestres surgiram no período Neolítico e fazem parte da cultura, que é formada pelo mundo artificial criado ou transformado pelo homem.

 

d) A produção de excedentes por parte das comunidades primitivas está relacionada ao desenvolvimento de técnicas para aumentar o sucesso das caçadas, da coleta de frutos e da pesca.

 

2- Com base na leitura das páginas 40 e 41, elabore um pequeno texto para explicar a frase: O surgimento da agricultura foi resultado de um longo processo.

 

3- Explique a relação entre a existência de excedentes agrícolas e a divisão social do trabalho.

 

4 O texto a seguir trata de uma descoberta que transformou a vida do ser humano. Leia-o para realizar a atividade proposta.

 

“Há centenas de milhares de anos, nas noites frias de inverno, a escuridão era um grande inimigo. Sem a Lua cheia, a negritude da noite, além de assustadora, era perigosa. Havia muitos predadores com sentidos aguçados, e que poderiam atacar facilmente enquanto dormíamos. O frio intenso era outro inimigo. Não eram fáceis os primeiros passos da humanidade, dados por antepassados muito diferentes de nós. Até que, um dia, talvez ao observar uma árvore atingida por um raio, os hominídeos primitivos descobriram algo que modificaria completamente o rumo da nossa evolução [...]. Ao dominar essa entidade, foi possível se aquecer, proteger-se dos predadores e ainda cozinhar os alimentos. Como nenhuma outra criatura do nosso planeta, conseguimos usar a nosso favor um fenômeno natural para ajudar a vencer as dificuldades diárias“.

OLIVEIRA, Adilson de. A descoberta que mudou a humanidade. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, 16 jul. 2010. Disponível em: . Acesso em: 2 dez. 2017.

 

 

a) A qual descoberta o texto se refere? Quando ela teria ocorrido?

 

 

b) Como, segundo o texto, essa descoberta pode ter acontecido? Que outras hipóteses poderiam explicar essa descoberta?

 

 

c) Que benefícios, segundo o texto, essa descoberta trouxe para a vida humana? Cite exemplos de como essa descoberta está presente no nosso cotidiano

 

 

Referência Bibliográfica:

 

Araribá mais: história: organizadora Editora Moderna; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editora responsável Ana Claudia Fernandes. ed. São Paulo: Moderna, 2018.       Obra em 4 v. do 6º ao 9° ano.      

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