HISTÓRIA
6º ano
Texto
03 - outubro/2020
UNIDADE II
CAPÍTULO
3
Modos
de vida e modificações da natureza
Habilidades:
EF06HI03/ EF06HI04/ EF06HI05/ EF06HI06
Após
leitura, das páginas de 34 a 48 do livro didático de História, e as orientações
abaixo sobre a leitura proposta. Responda o exercício ao final do texto.
Esta Unidade
apresenta aspectos do modo de vida dos primeiros seres humanos, mais
especificamente no Paleolítico e no Neolítico, e trata do surgimento das
cidades e do comércio. Apresenta, também, aspectos do modo de vida dos povos da
Antiguidade nas Américas.
A exploração de
temas relacionados ao modo de vida dos primeiros seres humanos, em filmes,
revistas e seriados de televisão, leva os estudantes a obter muitas informações
sobre o assunto. O estudo desta Unidade ajudará a identificar o que é
fantasioso e o que é fruto do conhecimento científico, constantemente
revisitado.
Sobre o Capítulo
O desenvolvimento
do ser humano está ligado à sua capacidade biológica e cultural de trabalhar,
pois foi por meio dessa capacidade que o homem conseguiu se adaptar às
diferentes condições ambientais do planeta. Trabalho, nesse caso, significa a
produção de ferramentas e a possibilidade de intervir na natureza e
transformá-la. Nos levando a perceber, que essa transformação exigiu esforço
intelectual, físico, cooperação com outros membros do grupo, planejamento,
divisão de tarefas, em relações sociais.
Muitos estudiosos
consideram como marco inicial da história humana o período em que os hominídeos
começaram a fabricar, de maneira regular, utensílios de pedra com um formato e
uma intenção determinada, como facas, machados e lanças. Essa atividade teria
começado com o gênero Homo, há cerca de 2 milhões de anos.
Os primeiros
utensílios, feitos de pedra lascada, são atribuídos aos Homo habilis. Eles
batiam uma pedra na outra até formar uma borda afiada que usavam para cortar a
carne e retirar a pele dos animais. As lascas obtidas eram também usadas como
facas e raspadores.
Foi só com o Homo
erectus, por volta de 700 mil anos atrás, que apareceram os instrumentos de
pedra talhados em uma face (monofaciais) e, mais tarde, os talhados nas duas
faces (bifaciais).
O PALEOLÍTICO (pedra antiga ou
pedra lascada)
Os primeiros
humanos viviam principalmente da caça e da coleta de frutos silvestres.
Eles viviam em
acampamentos provisórios, no interior de cavernas ou a céu aberto. Com o tempo,
alguns grupos começaram a construir moradias simples, estruturadas com madeira
ou ossos e cobertas com peles. Eram nômades, ou seja, não moravam em um lugar
fixo. Deslocavam-se de uma região para outra, em busca de alimentos. Eles não
domesticavam animais e não praticavam a agricultura.
O NEOLÍTICO (pedra nova ou
polida)
No período que se
estendeu entre 40 a 12 mil anos atrás, houve um grande avanço nas técnicas de
fabricação de instrumentos. O trabalho cada vez mais cuidadoso de talhe da
pedra permitiu criar diferentes tipos de facas, machados, furadores, raspadores
e outros instrumentos.
Os grupos humanos
também aprimoraram o uso do osso, da madeira e do marfim para fabricar arpões,
lanças, pontas, garfos e agulhas com furos. Com os novos objetos, puderam
desenvolver a pesca, construir abrigos artificiais e organizar caçadas
coletivas de grandes manadas.
A Revolução Agrícola
Em terrenos
desmatados próximos às moradias das aldeias das sociedades sedentárias de
caçadores e coletores e sobre terrenos regularmente inundados pelas cheias dos
rios, os grupos humanos começaram a explorar formas ainda selvagens de plantas
e de animais.
O cultivo das
primeiras espécies de plantas ocorreu no Extremo Oriente e no Crescente Fértil,
por volta de 10 mil anos atrás (ou 8000 a.C.). O Crescente Fértil se estendia
do Vale do Rio Nilo, no Egito, até as margens dos rios Tigre e Eufrates, onde
atualmente se localiza o Iraque. Veja na página 41 do livro didático de
história.
A prática agrícola
mudou a vida dos grupos humanos e exigiu esforço para planejar a época do
plantio e da colheita, organizar a comunidade para realizar o trabalho e
providenciar os instrumentos necessários para a derrubada da mata e o cultivo
dos campos. Foram tantas mudanças que esse processo foi chamado de Revolução
Agrícola do Neolítico.
Os objetos de cerâmica
A maior parte dos
primeiros povos agrícolas também desenvolveu a fabricação de cerâmica, técnica
que transforma a argila em um material duro e resistente, próprio para a
produção de utensílios. Atualmente, ela é utilizada na fabricação de louças
para casa, peças decorativas, materiais de construção e até peças para
máquinas.
Os estudiosos não sabem ao certo quando a
cerâmica foi inventada. Um dos artefatos mais antigos é uma estatueta
encontrada na Europa Oriental datada de 26 mil anos atrás, ainda no
Paleolítico. Fragmentos de cerâmica de cerca de 20 mil anos descobertos em uma
caverna na China podem ser uma evidência de que a fabricação de utensílios de
cerâmica para o cozimento foi anterior à agricultura.
Com a produção de
panelas de cerâmica, o ser humano pôde cozinhar a carne que obtinha por meio da
caça, tornando-a mais macia e nutritiva. Os potes de cerâmica com tampa também
permitiram armazenar grãos e líquidos, conservando-os.
Os cultivadores modificam as paisagens
Durante milênios o
Homo sapiens sapiens explorou a natureza por meio da caça, pesca e coleta.
Essas atividades não exigiam grandes alterações do meio ambiente para garantir
o sustento dos grupos humanos. Mas a Revolução Agrícola transformou as relações
das comunidades humanas com a natureza.
Inicialmente, as
hortas próximas às moradias e o cultivo em áreas alagadas pelos rios
complementavam os alimentos obtidos por meio da caça e da coleta. Esses solos
eram férteis, propícios para a agricultura, mas eram áreas restritas, e para
ampliar a produção de alimentos era necessário expandi-las.
Os seres humanos
começaram, então, a derrubar e queimar florestas, para usar essas áreas
enriquecidas com minerais nutritivos contidos nas cinzas para o cultivo das
plantas já domesticadas.
O aumento na
produção de alimentos resultou no crescimento populacional, que exigiu a
subdivisão das aldeias e a expansão da agricultura para novas áreas
arborizadas. Entre 10 mil e 5 mil anos atrás, o sistema neolítico de cultivo de
corte e queimada se estendeu progressivamente para a maior parte das florestas
do planeta, levando ao desmatamento de várias regiões.
Orientações:
O estudo sobre a
formação de sociedades distintas – a dos nômades caçadores-coletores e a dos
sedentários agricultores – permite ao estudante conhecer alguns exemplos
importantes de transformação da natureza e da paisagem realizada por diferentes
grupos humanos.
Esse tema também
propicia a discussão sobre a pluralidade cultural, cuja origem está na relação
entre o ser humano e a natureza. Além disso, é importante considerar que a
adaptação dos seres humanos a diferentes ecossistemas gerou conhecimentos,
atitudes e explicações variadas sobre o mundo. Assim, ao refletir e conversar
sobre esses temas, os estudantes podem perceber que a diferença cultural entre
os povos não pode ser traduzida em progresso ou atraso tecnológico.
A análise do
desenvolvimento das diferentes culturas – expressões da capacidade humana de
adaptar-se ao ambiente – também possibilita aos estudantes avaliarem a
dependência do ser humano em relação à tecnologia e a importância da
transmissão desse conhecimento às novas gerações. Cabe destacar que a
humanidade depende de sua relação com a técnica e com a natureza para
sobreviver.
O SURGIMENTO DO COMÉRCIO E DAS CIDADES
Com o aumento da quantidade de alimentos
possibilitado pelo cultivo da terra, a população humana cresceu rapidamente.
Assim, aumentava também a demanda por alimentos. Para atendê-la, tornou-se
necessário ampliar as áreas cultivadas e desenvolver técnicas para melhorar a
produtividade do solo, como o uso de fertilizantes naturais para produzir grãos
maiores, métodos para controlar as pragas agrícolas e formas de garantir o
fornecimento de água para as plantas, com a construção de sistemas de
irrigação.
. A produção de
excedente agrícola possibilitou às comunidades neolíticas começarem a trocar o
que elas tinham com os excedentes de outros povos. Por exemplo, uma aldeia que
tinha excesso de cevada negociava a troca desse produto com o excedente de
trigo da aldeia vizinha. Dessa forma, surgiu o comércio.
As primeiras cidades
As pesquisas arqueológicas indicam que as duas
comunidades urbanas mais antigas de que se tem conhecimento foram Jericó, na
Palestina, e Çatalhoyük, na atual Turquia (reveja fotografia na página 40).
Provavelmente, Jericó era um assentamento fortificado, cercado de uma espessa
muralha de pedra. No caso de Çatalhoyük, tudo indica que constituísse um
aglomerado de habitações sem ruas, em que os moradores acessavam o interior das
casas pela cobertura.
Nas áreas férteis
à margem de grandes rios, como Nilo, Tigre e Eufrates, as pequenas comunidades
e aldeias começaram a se unir para construir sistemas de irrigação e aproveitar
melhor a água das enchentes, que era essencial para a atividade agrícola.
Assim, nos vales
dos rios Nilo (Egito), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia), Amarelo e Azul (China) e
Indo (Índia), a união das aldeias deu origem às primeiras cidades (veja o mapa
da página 45 do livro didático de história). Com as cidades, nasciam as primeiras
civilizações. Por se localizarem às margens de rios, ficaram conhecidas
como civilizações fluviais.
A descoberta do uso dos metais
O primeiro metal
utilizado pelo homem do qual existem evidências foi o cobre, há cerca de 8 mil
anos, para fazer estatuetas e enfeites. Por ser um metal mole, era pouco usado
na fabricação de armas e ferramentas. Por meio de golpes, os humanos conseguiam
modelar o metal à forma desejada. Mais tarde, passaram a usar o fogo para
fundir o cobre.
Com o ferro foi
possível fabricar armas mais duradouras, aperfeiçoar instrumentos agrícolas e
novos tipos de utensílios e ferramentas. Foi o início de um processo de
desenvolvimento tecnológico que prossegue até hoje nos laboratórios, nas
metalúrgicas e nas siderúrgicas.
O nascimento do Estado e da escrita
O desenvolvimento
da agricultura e o crescimento populacional mudaram a organização de algumas
sociedades. Acredita-se que o chefe ou o sacerdote de uma família poderosa, em
data incerta, assumiu o controle de uma região e transformou-se em rei.
Originou-se, assim, uma instituição que tinha plena autoridade sobre a
população. É o que chamamos de processo de formação do Estado.
Para garantir o
controle sobre o conjunto da população, o rei tinha vários servidores. Eles
desempenhavam tarefas em seu nome, como registrar as colheitas, cobrar impostos
e organizar a defesa do território. O rei ainda podia fazer leis, julgar os
crimes e dirigir rituais religiosos. Um dos principais resultados do surgimento
das cidades e do Estado foi o desenvolvimento da escrita, por volta de 4000
a.C., em decorrência de vários fatores, entre eles: a necessidade de
contabilizar os produtos comercializados e os impostos arrecadados pelos
servidores do rei; o levantamento da estrutura das obras, que exigiu a
criação de um sistema de sinais numéricos para realizar os cálculos
geométricos. Com a escrita, o ser humano criou também uma forma de registrar
suas ideias e sentimentos e de se comunicar.
Os registros
escritos têm grande importância para o conhecimento das diferentes experiências
humanas no passado. E permitirão, também, que a vida de hoje seja conhecida
pelas gerações futuras.
Atividades
1- Copie em seu caderno as afirmativas
corretas e corrija as que forem erradas.
a) A contínua sedentarização das
comunidades primitivas está relacionada com o desenvolvimento da agricultura.
b) Ao iniciar o cultivo da terra, os
grupos humanos do período Neolítico deixaram de caçar para obter alimentos.
c) As pinturas e gravuras rupestres
surgiram no período Neolítico e fazem parte da cultura, que é formada pelo
mundo artificial criado ou transformado pelo homem.
d) A produção de excedentes por parte das
comunidades primitivas está relacionada ao desenvolvimento de técnicas para
aumentar o sucesso das caçadas, da coleta de frutos e da pesca.
2- Com base na leitura das páginas 40 e
41, elabore um pequeno texto para explicar a frase: O surgimento da agricultura
foi resultado de um longo processo.
3- Explique a relação entre a existência
de excedentes agrícolas e a divisão social do trabalho.
4 O texto a seguir trata de uma descoberta
que transformou a vida do ser humano. Leia-o para realizar a atividade
proposta.
“Há centenas de
milhares de anos, nas noites frias de inverno, a escuridão era um grande
inimigo. Sem a Lua cheia, a negritude da noite, além de assustadora, era
perigosa. Havia muitos predadores com sentidos aguçados, e que poderiam atacar
facilmente enquanto dormíamos. O frio intenso era outro inimigo. Não eram
fáceis os primeiros passos da humanidade, dados por antepassados muito
diferentes de nós. Até que, um dia, talvez ao observar uma árvore atingida por
um raio, os hominídeos primitivos descobriram algo que modificaria
completamente o rumo da nossa evolução [...]. Ao dominar essa entidade, foi
possível se aquecer, proteger-se dos predadores e ainda cozinhar os alimentos.
Como nenhuma outra criatura do nosso planeta, conseguimos usar a nosso favor um
fenômeno natural para ajudar a vencer as dificuldades diárias“.
OLIVEIRA, Adilson de. A
descoberta que mudou a humanidade. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, 16 jul. 2010.
Disponível em: . Acesso em: 2 dez. 2017.
a) A qual descoberta o texto se refere?
Quando ela teria ocorrido?
b) Como, segundo o texto, essa descoberta
pode ter acontecido? Que outras hipóteses poderiam explicar essa descoberta?
c) Que benefícios, segundo o texto, essa
descoberta trouxe para a vida humana? Cite exemplos de como essa descoberta
está presente no nosso cotidiano
Referência
Bibliográfica:
Araribá
mais: história:
organizadora Editora Moderna; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida
pela Editora Moderna; editora responsável Ana Claudia Fernandes. ed. São Paulo:
Moderna, 2018. Obra em 4 v. do 6º
ao 9° ano.
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